Férias no gelo


Pare um instante e pense em um roteiro de férias. Incluiu alguma estação de esqui? Se a resposta for não, sugiro que considere a opção. Até visitar três delas, no Chile, talvez eu nem pensasse na possibilidade. Quanto engano. Ao conhecer Termas de Chillan, Valle Nevado e Portillo percebi que os lugares são maravilhosos para quem sabe esquiar, mas também podem ser uma excelente opção para quem quer aprender a praticar ou apenas curtir o descanso em família diante de cenários deslumbrantes.

O charme das estações de esqui chilenas justifica a grande procura de turistas nesta época do ano _ grande parte brasileiros. Quem quer vivenciar o lado bom _ e bonito _ do inverno pode se deliciar com atividades na neve, almoços e jantares em lugares aconchegantes, anoitecer diante da lareira, e muito descanso durante a noite. Se a intenção não for exatamente descansar, também é possível encontrar agito, mesmo no meio das montanhas.

E que montanhas! Acordar, abrir a janela do quarto e se deparar com a Cordilheira dos Andes espanta qualquer mau humor. Não tem como não começar o dia cheio de disposição diante daquela paisagem. Cada hotel tem o seu encanto. A chamada “neve perfeita” de Valle Nevado, a Laguna Del Inca de Portillo ou o bosque de Termas de Chillan servem de exemplo.

Ao falar nesse trio, leia-se também hotéis de luxo. Portillo é único. Construído em 1949, faz questão de manter algumas tradições. Não há, por exemplo, televisores nos quartos. Serve como um empurrãozinho para curtir as horas livres em áreas comuns, como o hall, lugar propício para reunir família e amigos para conversar, jogar, se divertir. Ali, aos poucos, é possível reconhecer as pessoas: dos funcionários aos hóspedes.

O Valle Nevado é um pouco mais badalado e inclui o hotel principal, de mesmo nome, além do Puerta del Sol e Tres Puntas. No calor dos restaurantes ou pubs dá para esquecer que, do lado de fora, a temperatura está negativa.

Ao contrário dos outros dois, mais próximos de Santiago, Termas de Chillan fica nas proximidades de Concepcion e tem no spa um diferencial. Além disso, está em um nível mais baixo (em relação ao mar), um fator positivo para quem teme sofrer os efeitos da altitude.

O que não se pode esquecer, embora seja possível, é que são estações de esqui. Quem já pratica o esporte tem bons motivos para conhecer todas elas. Àqueles que ainda não se aventuraram, uma dica: com algumas aulas é possível deslizar pela neve. Aí o passeio fica ainda mais divertido.

(A repórter Paola Loewe viajou a convite de Termas de Chillan, Valle Nevado, Portillo e Lan Airlines)

Aos poucos a conquista da montanha


Quando me perguntaram se eu gostaria de visitar estações de esqui, respondi rapidinho: sim, sim, sim! Na hora, só pensei em uma coisa: vou conhecer a neve. Aos poucos, caiu a ficha: vou aprender a esquiar? E se não conseguir? Será que é fácil?

A partir daí, algo até então inimaginável, dominava meus pensamentos. Acessei os sites de Termas de Chillan, Valle Nevado e Portillo, o que aumentou a ansiedade. Teria a oportunidade de conhecer os três lugares, um roteiro inédito e normalmente fora dos planos dos turistas, que, regra geral, elegem um dos hotéis para passar de cinco a sete dias, pelo menos.

A primeira parada foi em Termas de Chillan, a duas horas e meia de Concepción. Foi lá a primeira aula de esqui. Para começar, não havia seguido algumas recomendações básicas, como levar roupas impermeáveis. Por sorte os hotéis alugam as peças, a exemplo do que acontece com o material necessário para esquiar (botas, esqui e bastões).

Até para calçar a bota é preciso de ajuda na primeira vez. Uma “senhora” bota, pesada, diga-se de passagem. O mesmo vale para o esqui. E encaixar a bota no esqui? Para isso também é necessário ajuda. Tente colocar sem estar com o esqui na posição correta e… é tombo na certa.

Os avanços são gradativos. Primeiro numa superfície plana, com o esqui em apenas um dos pés. Depois, nos dois e, então, ao sentir segurança, as primeiras descidas em pistas para iniciantes, quando já se domina a “cunha”, o movimento exigido para frear.

Comecei a pegar gosto. Quando cheguei ao Valle Nevado, fiz nova aula para principiantes. Estava deslumbrada pelas pistas e pelo lugar, a 3.025 metros de altitude, mas era preciso cautela. Lá, subi um pouco mais e, pela primeira vez, peguei “carona” no teleférico para depois descer esquiando _ antes havia usado o “vai e vem”, um aparato que nos leva para cima com os pés no chão, apenas segurando com as mãos ou com um disco entre as pernas.

Ao sofrer a primeira queda relativamente grave, na tentativa de emendar uma curva na outra, tudo isso em alta velocidade, lembrei do conselho do guia: “respeite a montanha”. As dores abaixo do joelho me fizeram voltar às pistas somente em Portillo.

Foi lá que aprendi, em outra aula, uma nova técnica para frear e totalmente necessária a quem resolve arriscar descidas maiores, permitidas aos que já ultrapassaram o nível inicial. Depois de muito treino, subi a montanha ao lado do professor. Sensacional.

Só não aproveitei mais porque achei mais difícil pegar o teleférico em movimento do que esquiar. Gostava de descer, não de subir. Não houve outra chance: caía a tarde e a ordem para todos é parar às 17h. No dia seguinte era a hora de retornar ao Brasil. Ficou a saudade e o desejo de voltar _ ainda preciso aprender snowboard.

Difícil escolher onde ir


Termas de Chillán foi minha primeira parada. Especial. O melhor lugar para caminhar, passear, brincar na neve e aproveitar mais do que as pistas de esqui. Sem falar no spa e nas piscinas. O acesso a essas áreas e mais restrito, não é preciso “desfilar” diante de muitos hóspedes. Um elevador específico deixa você diretamente na piscina _ é possível sair do quarto de roupão. Dos três, era o único em que a piscina começava em uma área coberta e terminava ao ar livre. Ideal para relaxar depois de um dia cheio de atividades.

As energias se renovam para continuar a programação em duas ótimas opções para a noite: o cassino e o karaoquê. Diversão na certa. O cassino é mais do que um salão de jogos, é uma área para reunir os amigos diante de mesas de roleta americana, poker, máquinas caça-níqueis, entre outros. Se animação for grande, basta subir um andar e continuar a festa na discoteca.
Isso que nem cheguei a desfrutar de dois passeios especiais, como andar em trenós puxados por cachorros da raça Alaskan Malamute ou nas motos de neve, que correm em trilhas no meio do bosque.

Sites: http://www.skichillan.cl/ ou http://www.termasdechillan.cl/
E-mail: info@termaschillan.cl


Valle Nevado


Como Valle Nevado foi a segunda parada, foi lá que senti os primeiros efeitos da altitude. Até que o organismo respondeu bem. As curvas para subir a montanha chegam a dar medo, mas, ao mesmo tempo, propiciam uma paisagem para ficar na lembrança.

São três hotéis, um próximo ao outro. Fiquei no Puerta Del Sol _ havia ainda o Valle Nevado, o mais exclusivo e personalizado, e o Três Puntas, um pouco mais simples e, portanto, mais conveniente em preço.
Percebi que não era exagero chamar aquela de “neve perfeita”. Era diferente. Talvez seja um dos motivos que fazem o lugar ser tão badalado. Lá, o esqui compete lado a lado com o snowboard, modalidade na qual não cheguei a “me arriscar”. Embora tenham dito que seria até mais fácil em relação ao esqui, preferi deixar para outra oportunidade.

Considerando toda a estrutura, são sete restaurantes, sem contar os bares e pubs. O Bar Lounge, conectado diretamente ao hotel Valle Nevado, virou ponto de encontro. O deck oferece ótima vista e a área interna é ideal para aproveitar a noite e escapar dos graus negativos que fazem do lado de fora.

Site: http://www.vallenevado.com/
E-mail: reservas@vallenevado.com

Portillo, um charme



Ah, Portillo! Que lugar lindo. Foi o último visitado. Cheguei à noite, apenas vi aquela estrutura amarela, no meio do “nada”. Nenhuma cidadezinha perto, nenhuma movimentação. Apenas a estrada internacional, que alguns quilômetros adiante faria fronteira com a Argentina. Na recepção, um charmoso cachorro da raça São Bernardo.

O primeiro impacto foi no elevador: daqueles com grade e ascensorista. No quarto, não havia televisão. Aos poucos, descobri que o hotel havia sido construído em 1949 e que a administração fazia questão de manter as tradições, o que também fica evidente nos móveis.

O grande charme está na vista: a Lagoa Inca. Ainda não estava congelada, como deve acontecer no auge do inverno (provavelmente até o final deste mês), mas não é isso que determina sua beleza. Outro lugar que não pode passar batido é o restaurante Tio Bob’s, no alto da montanha. Ele possui um deck com vista para a lagoa e a Cordilheira dos Andes. Para que ninguém deixe de conhecê-lo, o hotel permite subidas pelo teleférico, sem esquis, somente para ir até o local, nas quintas-feiras.
Há ainda o bar, a discoteca, o ginásio, a piscina, e por aí vai. Quem tem curiosidade de conhecer a música e a dança latina, a dica é o La Posada. O restaurante fica fora do hotel, do outro lado da estrada, e é frequentado diariamente pelos funcionários de Portillo. Vira balada e fecha às 3h.

Site: http://www.skiportillo.com/
E-mail: reservas@skiportillo.com

DICAS

- Não esqueça de levar óculos de sol, protetor solar, protetor labial e luvas, de preferência impermeáveis (a de lã molha com a neve, caso tenha que se apoiar ao cair).

- Roupas impermeáveis (calça e jaqueta). É possível comprar nas lojinhas dos hotéis, mas o preço pode ser maior. Também há a opção de alugar. O mesmo vale para os sapatos. Sem eles, adeus passeios na neve.

- Embora esteja indo para um lugar com baixa temperatura, leve roupas leves, inclusive de manga curta. Dentro dos hotéis, devido à calefação, faz calor. Roupas de banho (biquíni e calção) também são imprescindíveis. Todos os hotéis têm piscina.

- Quer tirar muitas fotos? Leve uma bateria extra. Na baixa temperatura, ela descarrega muito rápido.

- Beba muita água. O clima é muito seco, o que facilita a desidratação.
[fonte: ZH Viagem]

Comentários

Vanessa e Enzo disse…
Lendo o post já imaginei o Enzo com as mãozinhas na neve! Passando por aqui pq sou fã do blog =)

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